segunda-feira, 8 de março de 2010

Maestranding.

Estou escrevendo para desabafar. Tenho muito medo do meu mestrado! São apenas 12 páginas escritas e muita coisa ainda por fazer. Não me sinto preparada para escrever o resto do meu capítulo inicial, contextualizador.
Sábado falei com a Re, que me disse que um dos professores de sua banca queria reprová-la. Nunca senti tanto medo nesse processo, como depois que soube disso. Que inferno! Hoje vou ler mais um livro. Espero que amanhã D'us me inspire para escrever. Preciso muito! Preciso de, ao menos, 20 páginas por agora. E depois umas 10 mais. Aff!

Ao menos eu não comi compulsivamente hoje. Estou pensando nas pessoas do grupo. Sei que estou no caminho certo! Isso é o que importa! Sei que posso ser feliz se eu, tão somente, souber entregar...

Elena.

domingo, 7 de março de 2010

Keep flying

Como são difíceis os domingos! Sempre há algo urgente para "amanhã" e que eu não fiz. Nesse caso, o meu mestrado e as provas dos alunos, que eu deveria entregar amanhã; mas não vou. Gostaria de concentrar as coisas da escola apenas nas quartas-feiras. Mas não gosto de ficar com essas pendências, de forma que tenho que aprender a aceitar o que eu não gosto para fazer com que meus planos dêem certo.
Os domingos me dão uma melancolia danada. Fico lembrando da Argentina, de como seria bom estar lá. Tenho a impressão de que eu respiraria diferente, tenho a sensação de que lá, o ar é mais leve. Estou tentando não pensar muito nisso, mas é inevitável. No fundo do meu coração, eu quero morar lá. Mas estou insegura. Aos 34 anos, não é fácil mudar o rumo da vida, começar do zero em outro país, com uma carreira para o qual nem estou habilitada para o país. Se meu namorado tivesse uma estabilidade financeira para me bancar enquanto eu começo do nada, tudo bem. Mas ele não tem. Hoje eu o chamei de cigarra, da fábula. Ele não se preocupa com o amanhã, é BEM pior que eu. Mas eu o amo, não queria brigar com ele. Mas sinto vontade de criticá-lo, às vezes. Bem, essa crítica de hoje, da cigarra, o fez se irritar um pouco com isso, dizendo que amarguei o seu domingo. Ele pensa em seu domingo amargo. Eu penso em toda uma vida amarga.
No entanto, não queria criar nenhum clima com ele, minha vontade era só cutucá-lo. Mas não adianta, acho. Tenho a impressão de que nunca poderei contar com ele, infelizmente. Não que ele não queira me ajudar, mas sinto que não se dispõe a encarar as coisas com firmeza, a lutar por uma vida financeira estável. Se ele tivesse essa vibe, já teria feito para a própria vida, antes de mim. Bom, o negócio é que, se ele não estiver bem, eu não vou. Vai me doer muito, óbvio! Mas não poderei ir. Não vou para lugar nenhum para piorar. Minha vida já não é muito fácil aqui, apesar de eu ser "bem sucedida" dentro da minha carreira.
Hoje declarei meu imposto de renda, fico impressionada como gastei dinheiro esse ano. Vou fazer de tudo para gastar menos em 2010. Estou ficando com vontade de ser a formiga. A formiga de mim mesma, porque além dos meus pais, que me dão esse quarto-cozinha-banheiro para viver, não dependo de mais ninguém, há 18 anos (mais da metade dos anos de minha existência).
Sabe qual é a minha esperança? É que os negócios do H., um dia, deem muito certo para eu poder fazer minhas malas e embarcar com segurança. É o que peço a D'us, e entrego a ele, porque essa situação não depende de mim, simplesmente. Então, se tiver que ser, se tiver que dar certo, tudo fluirá para que isso ocorra. Se não, é porque não era para eu ter ido, nem para ficar com ele, apesar de ser o melhor namorado que eu tive até agora. O mais saudável (a única enfermidade dessa relação é que ele não está, porque mora em outro país. Sim, eu entendo que isso seja doentio... em MADA, diriam que não é normal e que aí está a doença da coisa. Enfim, não quero encarar isso agora. Deixo que D'us decida, porque eu sou incompetente para isso).

Ao passar pela vitrine do shopping, hoje, percebi que estou gorda. Eu sabia, há meses, que minhas roupas estavam apertadas, mas eu ainda não tinha notado a mudança das minhas formas no espelho. Acho que é porque, finalmente, estou abstinente e minha percepção da realidade está voltando ao normal. Me vi gorda no reflexo da vitrine. Fiquei triste, porque o que vi não é bonito. Mas feliz, porque se eu não visse, ficaria assim (ou pior) pelo resto da vida.

Tenho muitas coisas que fazer ainda hoje. Vou aceitar isso, que não tenho muito tempo para as coisas na vida, ao menos por hoje. Há que aceitar que sou compulsiva, que sou viciada em comida. Há que aceitar que hoje é domingo e que as coisas são assim como são. Ainda não consigo "amar a realidade", mas ao aceitá-la, ao menos, já me sinto mais leve.

Voando baixo, mas voando,

Elena.

sábado, 6 de março de 2010

Ontem, dei de novo meu primeiro passo. Fiz, finalmente, o que eu mais neguei durante esses anos que se passaram: admiti que sou impotente perante a comida!
Por que eu neguei isso durante esses anos que se passaram? Porque a comida é mais forte que eu, e eu me rendi a ela. Neguei que sou compulsiva justamente para continuar comendo. A comida me venceu durante esses anos, ela foi mais forte que a minha verdade.
E essa é a maior prova de que sou IMPOTENTE perante a comida.

Primeiro passo dado.

Agora devo recordar o segundo. Mas já posso antevê-lo, porque estou em paz. E há uma força superior nisso.